terça-feira, 28 de abril de 2009

Nada a ver

Empolgação é algo que aprendi não ser necessário sentir para saber o que é ser feliz,
E assim vejo todos encontrarem o caminho sem olhar pra trás.
E só eu não aprendi isso na escola,
E eu faltei na aula de física,
E o ruim, é que só eu fiquei sem saber.
E o que espero é sentir o que respiro agora.

Troquei de roupa,
Fiquei sem sono.

O sonho vem,
A alma volta,
A sala fecha e
Eu vou embora.


Ana Nery Machado
28/04/2009

quarta-feira, 22 de abril de 2009

O jantar

Arrumei a casa
Os retratos e tudo mais
Fumaça gelada na janela
Espero você chegar
Para um abraço
Um beijo
O jantar


Seus olhos chegam aos meus
E eu esqueço tudo que ensaiei
Sua boca navega a minha
E eu apago as palavras que aprendi
Sua pele toca a minha
E eu pareço um aprendiz

Mesa cheia
Taça vazia
Vela acesa
Flor do campo
Sala vermelha
Boca e boca
Braço e abraço
Coração batendo
Tutu tutu tutu...
De amor.

Ana Nery Machado
22/04/2009

terça-feira, 21 de abril de 2009

Mal sei dizer

Mal sei dizer...
O que sinto por você
Apenas espero um instante
Vigio teu sono como um cão sem dono
Olho e tento dizer, mas só ouço o que avisto em você
E chega à minha direção
A boca vermelha aproxima a paixão
E você acerta o meu coração
Eu desmonto e esqueço
Eu sussurro e espero
Um sim apenas
Uma resposta que esclarece
O que encontro aqui
O algo que está em mim
E eu me desmonto
E eu não encontro
E eu fico
Sem saber
O que vem de você.

Ana Nery Machado
21/04/2009

terça-feira, 14 de abril de 2009

A Consulta

Um homem entra num centro de umbanda para se consultar com um guia.



Guia – fale meu filho, qual é o seu problema?

Homem – sabe que qui é pai, é que não sei o que acontece comigo, eu não bebo durante a semana sabe, mas quando chega o fim de semana, eu entorno todas, saio do bar cruzando as pernas, não sei como chego em casa, o grande problema, é que não sou alcoólatra, não sou, não sou alcoólatra, então não entendendo como isso acontece comigo.

Guia – sei... sei...

Homem – eu lembro que quando eu era casado eu era sossegado, mas mesmo assim queria a rua, daí a muié terminou com eu, e eu disse “poxa, que legal”, fiquei feliz pra caramba, agora, passei 10 anos solteiro, na gandaia, indo pra lá e pra cá, sem muié sabe, dentro de casa porque fora sempre tem, ta entendendo pai, mas agora me sinto só na minha casa, to quarentão, sabe, se não cuidar, vô morrer sozinho.

Guia – sei... sei....

Homem – então pai, eu estava pensando, tem uma moça que eu conheci no hospital quando tava em coma alcoólico que quer namorar sabe, ela acabou gostando de mim, mas eu não gosto muito dela não sabe, mas eu tava pensando em aceitar o convite porque um homem compromissado sossega mais em casa, sabe, a gente passa na esquina do bar, os amigos chamam, daí vamo beber uma, vamo beber duas, aí quando vê já bebeu todas, com uma muié não, é diferente, a gente fica mais com ela.

Guia – sei... sei...

Homem – ahhhh, obrigada pai pelos conselhos, vô indo, então é isso mesmo que vou fazer, mas antes eu vô no bar beber umas pra tomar coragem né...

Guia – sei...sei...

E o Homem sai certo da sua decisão.


FIM


Ana Nery Machado
14/04/2009

As injustiças que as mulheres fazem com os homens

Mulher – meu bem, você pode ir à cidade em meu lugar fazer este pagamento.

Marido – não posso.

Mulher – por que não pode?

Marido – porque hoje é jogo do São Paulo.

Mulher – ah, entendi. Hoje é jogo do São Paulo. Então, depois do jogo, você poderia lavar a louça para mim.

Marido – não posso.

Mulher – por que não pode?

Marido – porque depois do jogo, tenho que ir conversar no bar com “os caras”.

Mulher - Ah, entendi. Você poderia aproveitar depois, na volta do bar, para comprar umas coisas na padaria.

Marido – não posso.

Mulher – por que não pode?

Marido - porque vou voltar tarde e a padaria já vai estar fechada.


Mulher sai pra trabalhar e o marido fica em casa pra ver o jogo.
Num outro dia...

Marido – meu bem, você poderia lavar aquela camisa do São Paulo para eu usar amanhã?

Mulher – não posso.

Marido – por que não pode?

Mulher – porque você não pagou a conta de água.

Marido – ah é, não paguei a conta. Então, você vai fazer a janta?

Mulher – não posso.

Marido – por que não pode?

Mulher – porque você não lavou a louça e agora não tenho nenhuma panela, nem colher limpa para cozinhar.

Marido – Ah!!! Entendi. Você pode me botar para dormir?

Mulher – não posso.

Marido – por que não pode?

Mulher – porque o Ricardão já está ocupando a nossa cama.

Marido – mas quem é Ricardão?

Mulher – é que você sempre chega tarde em casa porque vai para o bar conversar com “os caras”, achei que não fosse se importar que eu emprestasse a nossa cama durante este tempo.

Marido – o que ele está fazendo aqui? Marido irritado.

Mulher – prefiro não comentar...



Marido contando a situação para um amigo no bar:


Marido – (...) pois é isto, amigo.

Amigo – e o que você fez diante desta injustiça?

Marido – mudei-me no mesmo dia para um hotel.


Alívio da Mulher.



FIM


Esquete
Ana Nery Machado
(20/10/2004)

Frio na barriga

a criança que vai a primeira vez à escola,

o velhinho que anda sem ajuda da bengala,

o jovem que vai brincar na montanha russa,

o cego que atravessa a rua,

a garota que deu seu primeiro beijo,

o mocinho que comprou seu primeiro carro,

o menino que ganha a primeira bicicleta,

o coroa que abre os braços à beira de um penhasco,

a amiga que se apaixona pelo melhor amigo,

o casal que compra sua primeira casa,

a senhora que consegue terminar a faculdade,

o garoto que consegue o primeiro emprego,

o filho que acaba de ganhar um cachorro,

o pai que vê pela primeira vez o rosto do filho,

a mãe que olha o filho que acaba de nascer,

a família que se constrói de várias

primeiras vezes.



Ana Nery Machado.
14/04/2009

terça-feira, 7 de abril de 2009

Presença

Sinto falta da tua presença
controlar o tempo
sonhar com você
esperar dar passos
usar teus abraços
fazer laços
de saudades
do que eu vivi por ti.

Sinto falta de trocar a vida
por uma estrada
de ruas largas
por um sonho
de intenções
por me encontrar
no profundo do
teu rosto
sem dor e fim.


Espero por navegar no teu mar
Num espelho feito pra mim
Encontrar você enfim...


“Pelo amigo que tanto sonho pra mim.”
Ana Nery Machado.
07/04/2009

quinta-feira, 2 de abril de 2009

O melhor pra mim

Foi melhor assim...
Aprendi que a mesma mão que afaga é a que apedreja.
O mesmo que diz sim é o que mais tarde nega tudo e mais um pouco,
enfim, acreditar nas pessoas é um ato definitivamente corajoso.


Ana Nery Machado.
02/04/2009

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Eu sei

Eu sei,
Minha conduta foi perfeita.
Fiz nada de que pudesse me envergonhar.
Fui uma mulher exemplar.
E sinto por você nunca acreditar,
Em nós dois.

"Para alguém que nunca acreditou na verdade"
Ana Nery Machado
01/04/2009

E você, o que acha?

Acho que neste momento eu preciso escrever mais e amar menos. Aná Nery Machado 14/06/2020