quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Um olhar materno

Passos curtos e largos intercalam-se me levando a um corredor branco, onde o silêncio é sagrado a todos. Um lugar onde muitos saem com vontade de gritar, só que não podem, então gritam com os olhos, gritam muito, eu sei.
Entro orando a Deus e pedindo coragem para ela e pra mim, quero vê-la reagir, quero vê-la sair dali, mas não posso fazer nada, a não ser continuar gritando...
Por meia hora ou mais, eu fico ali, parada, vendo-a dormir. Até a hora que chega a enfermeira e pergunta: Ela é sua mãe? E eu respondo: Sim.
Minha mãe abre os olhos nesta hora, só nesta hora, como se estivesse esperando isto a anos, até  mesmo, por toda sua vida.
Mãe, Eu te Amo!

Ana Nery Machado
15/12/2010

A Sentença

Hoje estava tentando me lembrar do primeiro momento em que eu percebi que escrever faria parte de toda a trajetória da minha vida. Recordei o momento em que escrevi um poema desengonçado chamado “Amigos” para a Roberta, minha melhor amiga da quinta-série. Lembrei também da primeira série, quando eu escrevi o cabeçalho pela primeira vez... Cubatão, ...  de fevereiro de 19..., mas creio que não foi nenhum desses momentos...
Forçando um pouco mais a memória, apareceu nos pensamentos a primeira professora do “parquinho” tentando me passar o exercício das vogais, ela me forçava a escrever com a mão direita, mas não deu jeito, ela não entendia que eu era canhota, ninguém faz um canhoto, se nasce canhoto, mas enfim, ainda não foi esta a hora, pensei eu.
Então foi que, vasculhando minha biblioteca achei um livro que conta a Vida de Jesus, este livro me acompanha desde o terceiro ano de vida, mais ou menos, quando meu pai ganhou de um Vicentino (vide significado dos Vicentinos no google, muito nobre a causa), tempos depois, meu pai também se tornou um Vicentino, bom, mas voltando ao assunto... Neste livro havia mais ilustrações do que texto, e eu lembrei que embora o livro tivesse mais figuras que palavras, o que me chamava mais atenção era a colação das letras que se transformavam em um sentido só, coisa muito estranha de se acontecer com uma criança por sinal, não acham? E eu gostava muito do formato do texto, havia uma vontade muito grande de entender aqueles símbolos juntados (sim, porque eu já sabia que aquilo tudo tinha um propósito, de alguma forma) os olhos brilhavam mais pelas letras que pelas cores, porque as cores, eu enxergava dentro das letras, e no fundo, eu sabia que, se conseguisse entender o que elas diziam, eu saberia pintar meus próprios quadros (ilustrações), um dia. E sim, este foi o primeiro momento.

Ana Nery Machado
15/12/2010

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Apaixonada

E ela estava apaixonada, não podia ver a moça do apto 401 que ia logo ficar fixada no que ela estava fazendo. Todo dia ela via a moça chegar em casa, sentar no sofá para tirar os sapatos dos pés cansados, pegar o controle para ligar a TV e pronto, 5 minutos de descanso. Ela contentava-se em só olhar, todos os dias sem cansar, até que um dia resolveu sair detrás do sofá, foi andando com seus passos curtos e lentos, pouco a pouco foi aparecendo na frente da moça, que estava nos seus 5 minutos de descanso no sofá. A moça conseguiu enxergá-la, fitou-a por um bom tempo, enquanto isso ela sorria, estava feliz porque conseguiu fazer a moça percebê-la por um instante apenas, foi quando de repente a moça pegou-a pela traseira e jogou-a pra fora da porta. Ela ficou decepcionada, ficou paralisada na porta, do lado de fora, e não acreditara que a pessoa por quem estava tão apaixonada havia feito isso com ela. No outro dia, a moça havia feito seu ritual normalmente, quando estava descansando no sofá, como de costume, ela avistou a Traça... de novo, ela não desistira, estava lá na frente da moça, no chão, esperando ser avistada. A moça olhou para a Traça por muito tempo, não se levantou mais, apenas ignorou-a como se não tivesse mais jeito e continuou a descansar, a moça sabia que se jogasse a Traça fora, amanhã, ela estaria lá novamente.

Ana Nery Machado
13/12/2010

sábado, 11 de dezembro de 2010

Poeta moderno

Eu sou um poeta moderno, talvez. Eu não uso drogas, não vivo entre putas e cochichos de esquinas. Eu sou um poeta moderno, já disse... Eu me alimento de sentimentos e sentidos humanos, simples no significado, ricos no gosto, nas palavras que caem sobre o meu colo, são tão fáceis, tão amargas e doces ao mesmo tempo, que até me confundem, não sei de quem são, nem o que querem aqui comigo. Por que eu escrever?
Eu sou apenas um poeta, um poeta moderno, às vezes contista, cronista e afins, eu faço as palavras, eu monto fila indiana com elas, até me dizerem o que quero, até me fazerem amá-las, gostar do que estou sentindo. Sim, sentindo, porque eu sinto o que escrevo, tudo fica aqui, conspirado e colado em um monte de personagens que não me deixam, que se espremem dentro de mim. Nem sei como vivem, nem sei como ainda não desistiram de morar aqui. Uma vez tentei chamar um deles, mas ele não me deu muita audiência, não quis conversa, deu de ombros e saiu para mais dentro de mim. Eles e elas vivem aqui, já disse. Os personagens e as palavras moram em mim, e eu não uso drogas, e eu não vivo entre putas e cochichos de esquinas, nunca foi assim, e eu não entendo como e porque eles moram aqui.

Ana Nery Machado
12/12/2010


Mãos

Mãos inchadas,
mãos sofridas e
manchadas com a cor do tempo,
do lápis da escola,
do cachorro amigo,
da família ruída,
da comida temperada,
da madeira cerrada,
do dinheiro suado,
do suor mais sagrado
com a cor do barro,
com a cor da rua.
Mãos com marcas,
marcas marcadas pelo tom da vida.

Ana Nery Machado
11/12/2010

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Diário

Comprei um diário, sabe, resolvi recomeçar do começo, afinal, tudo começou assim, anos atrás quando eu morava... Ah, não importa onde eu morava mesmo, (baixinho) mas é na mesma cidade que eu moro hoje sim hihihi. Mas a verdade é que vi um diário esses dias, capa bonita, jeitosa que só ela, “um tal de Picasso”, disseram pra mim, botei a mão no queixo e lembrei de quando tinha um diário, tudo começou ali, tudo meu se encontrava ali, desde a braveza do Vô João até a surdez da Vó Zefa. Então, como estava dizendo, eu comprei um diário pra começar de novo, é, um diário, pra contar histórias e estórias de vida e de morte matada, porque não? Histórias e estórias que a gente gosta de ouvir, de contar, de sonhar, porque não? Não via a hora de chegar em casa, mas tava na hora do almoço do trabalho, “e essa hora que não passa, preciso escrever no diário”, fui trabalhando sem tirar os olhos do Picasso, “caramba, mas essa figura é bonita demais, acho que vou mandar pintar um quadro igual a esse”, aí chegou a hora e fui a passos largos pra casa, “mas que coisa que não chego logo em casa”, confusão na porta, cadê a chave? Achei. Abri a porta, fechei-a por dentro com pressa e respirei fundo. “Uffa, consegui.” O telefone tocou: PLIN PLIN PLIN! “Oi Mariquita, eu posso te ligar depois?” Mariquita: blábláblá, meia hora depois, Mariquita desligou. “Agora sim.” Sentei, pousei o diário sobre a mesa, lancei a caneta e... bateram na porta: TOC TOC TOC. Ah não, agora não ... TOC TOC TOC. “É a sindica, uma hora na conversa, não.” Desesperei, corri a caneta somente com uma oração: “Escrevi no Diário.” Levantei pra abrir a porta. Anos atrás, eu tinha mais tempo.

Ana Nery Machado

07/12/2010

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Quero dormir com você

Quero dormir com você, só eu e você, quero sentir sua dureza inflamável no meu corpo de doer, nessa cama de madeira, isso eu quero ver.
Quero ver a meia lua bem no rosto, ver seus olhos ardendo, vermelhos, só pra me fazer sorrir de leve, suspirando baixinho, palavreando no ouvido, colado e calado, enfim.
Quero sentir você contar na minha pele as cadeiras que observam a gente, tão inocentes, salão escuro e lilás.
Ação.
Eu te contei?
Quero dormir com você.

Ana Nery Machado
06/12/2010

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Imaginação

Enquanto o palhaço chora como lágrimas desenhadas no coração do poeta,
O poeta sofre como o sorriso largo do palhaço, que exibe suas linhas doloridas num rosto branco, vermelho e azul.
O artista é assim.
Imaginação
e
Aplausos.

30/11/2010
Ana Nery Machado

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Um sonho de poeta

Enquanto ela preparava-se para dormir, ele pensava no camarim; Um rosto branco no espelho iluminado.
A moça olhava o relógio, “estava na hora”, restava apenas 10 minutos para ele entrar e os embrulhos do estômago, a vontade de morrer, tudo estava lá.
Ela adormeceu enquanto ele saltitava entre pés descalços, roupas em farrapos e sorrisos de um artista feliz.
O espetáculo acabou e ela acordou com aquele sorriso travesso. Estava tudo bem mais uma vez, a peça havia preenchido o teatro e os olhos do poeta brilhavam sem fim.

30/11/2010
Ana Nery Machado


E se...

E o poeta teve medo.
E se lhe perguntassem o que é o Amor?
Ele responderia: O Amor dói.
E se lhe perguntassem por que dói?
Ele responderia: Porque é o Amor.
Então, ele pediria desculpas...
E cairia no palco como um Artista sem cor.
Só restaria a luz.
Apagou.

29/11/2010
Ana Nery Machado


sábado, 13 de novembro de 2010

Todos e Todas


De todos os desejos humanos, eu prefiro a liberdade.
De todos os sonhos impossíveis, eu espero o amor.
De todos os pecados conhecidos, eu fico com a preguiça.
De todas as ruínas da alma, eu observo a saudade.
De todas as relações sabidas pelo homem, eu quero a vida.
De todas as armas do mundo, acho eficaz a palavra,
Ela é a primeira a aparecer e sempre a última a deixar rastros.

Ana Nery Machado
13/11/2010

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Motivo

Pra sonhar
Pra amar
Pra viver
Pra correr
Pra dormir
Pra sorrir
Pra compor
Por Amor
Pra semântica
Da Vida
Continuar...

Viajar...
Meu amor.

Por Viagens.
Ana Nery Machado
10/11/2010


quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Bolinhos de Chuva

Outro dia a Rose trouxe Bolinhos de Chuva pro escritório. Era sexta-feira e águas correntes rolavam à janela, um perfeito jardim. Peguei um e provei prontamente, mordi com tanta vontade que fechei os olhos e acordei na casa da Dona Helena...
Minha vizinha mineira, que adorava fazer Bolinhos de Chuva, era só aparecer uma garoa ao longe e logo ela ia cozinhar. E a criançada adorava, Dona Helena tinha 5 filhos, e eu, filha única, morava com minha avó na casinha amarela ao lado. Observava pela janela ela prendendo seus cabelos compridos para fritar seus bolinhos e aquele cheiro... Ah, aquele cheiro me fazia flutuar.
Gostava daquela cena familiar, participava de todo o processo na minha pequena janela enfeitada, mas não demorava muito, e Edilene, a filha mais velha da Dona Helena, gritava da porta para eu entrar. Eu pegava meu chinelo surrado e saía atravessando para casa ao lado. Dona Helena me esperava com vários Bolinhos de Chuva para comer e beliscar.
E a garoa sempre estava ali, enfeitando a paisagem da minha infância feliz.

Por minha infância: Minha Avó, Dona Helena e seus filhos.
Ana Nery Machado
04/11/2010

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

DOM

E ele queria aprender a ser Escritor, seu grande sonho, seu grande amor. Foi assim que pensou e montou sua estratégia. Iria matricular-se em cursos de Oratória, Jornalismo e Letras. Depois, procuraria alquimistas, cartomantes e videntes em geral para saber se obteria sucesso e por fim traçaria suas metas em relação ao tempo presente e futuro. Daria tudo certo.
E assim o fêz, cumpriu com suas estratégias e metas propostas. Chegou onde queria, tornou-se um grande Escritor, ganhou prêmios renomados, enfim, chegou onde sempre quis chegar.
Porém, ainda lhe restava uma última coisa a fazer, conhecer o Escritor que o inspirou a querer ser tudo que ele almejou. Depois de algumas ligações usando a influência que tinha, conseguiu marcar um encontro com seu grande Inspirador.
Na hora marcada, encontrava-se frente a frente com sua fonte de conhecimento pela escrita, nem se sentou e já começou a falar ao seu Escritor Inspirador como traçou o seu destino para chegar até ali. “Estudei, fiz cursos, consultei pessoas esotéricas para que nada desse errado no meu objetivo futuro.” O Inspirador soltou um sorriso largo, e, em seguida, libertou suas palavras: “Meu querido, a gente não aprende a ser Escritor, a gente nasce sabendo ser Escritor, é só assim”.
E ele apertou o peito, fechou os olhos e disse: “Então quer dizer que sempre esteve aqui, dentro de mim?!”.

Ana Nery Machado
01/11/2010

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Gesto

Tudo estava azul, até blue.
Carne calma, não reclamava.
Sabia a minha alma o que desejava.
Pensava normal.

Até o dia que eu toquei em você.

Acabou o sossego,
criei o apego
de querer você em mim.


Ana Nery Machado
26/10/2010

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Educação Articulada

Folheando um jornal nas notícias do dia: “O Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) não terá mais a exigência de fiador para alunos de baixa renda ou de cursos de Licenciatura.”
Nem terminei de ler e já comecei a pensar na repercussão que isso traria, muitas cabeças pensantes (ou não) poderiam articular e usufruir do que quisessem em relação a esta notícia.
Muitos dirão que aumentou a possibilidade de financiar os estudos. Financiar a Educação? Bom, nem quero e nem preciso entrar nesta questão.
Notem que não haverá mais fiador para quem quiser fazer especificamente cursos de Licenciatura.
Devo dizer que isso de certa forma me entristece. Alguns devem estar se perguntando: Como assim, entristece? Simples, os cursos de Licenciatura estão sendo menos procurados e desvalorizados, as pessoas não pensam mais na docência, pensam em ser Advogados, Engenheiros, Médicos, mas vai pensar em falar pros outros em ser Professor. Vai ouvir um grito: Professor, tá maluco? Por isso o empurrãozinho na hora de financiar os cursos de docência.
Outro dia, estava pesquisando o site da Universidade onde estudei Letras e descobri que todos os cursos de Licenciatura foram reduzidos de 4 para 3 anos. Fiquei mais uma vez decepcionada com a desvalorização do curso, da profissão e com a falta de luta da categoria.
Parece que estamos vivendo uma nova era Ditatorial, quando os militares, para tirar o poder dos professores, (pessoas que reclamavam e articulavam a política da época, o que causava transtorno ao Poder), diminuíram seus salários e consequentemente suas condições de vida. Desta vez o corte não está mais no bolso do Professor, até porque neste quesito nem tem mais o que tirar (em pensar que a categoria ganhava igual ou mais que um médico), mas sim nos DESconteúdos dos cursos da área da Educação. O Poder está colhendo o que plantou lá atrás, rebaixou uma categoria e agora está difícil preencher o lugar.
O lema parece ser: Tire a Educação a quem dá a Educação, porque assim fica mais fácil recrutar Educadores.
E que não digam Amém!

Ana Nery Machado
22/10/2010

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Jornada

Ferida lambida
Que cura o dia.

Simplifica
Materializa

O tempo

De uma jornada
Tranqüila.


Ana Nery Machado
18/10/2010

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Há uma Pedra

Há uma pedra no meio do meu sapato,
No meio do meu sapato há uma pedra.

E não há caminho com ela!

O que fazer com o meio do sapato onde está a pedra?
Se tirar a pedra, o meio vai embora?
Se tirar o meio, a pedra fica sem toca?
E o sapato, onde fica nesta estória?

Há uma pedra no meio do meu sapato,
No meio do meu sapato há uma pedra.

Por Drummond.
Ana Nery Machado
06/10/2010

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Democracia

Quero deixar bem claro que não votei no candidato Tiririca e sou a favor da Ficha Limpa, porém, posso dizer que indignação é o nome que sinto por esses dias.
Tiririca tornou-se candidato a deputado, que legal! Propaganda daqui, sensacionalismo dali, mais um pouquinho de risada e pronto: Candidato Eleito com um milhão e trezentos mil votos. E agora, depois de tudo isso, a Justiça Eleitoral quer barrar o candidato eleito a tomar posse do cargo de deputado.
Aí eu pergunto, onde ficam esses milhões de votos? Seria um descaso com a parcela da população que votou no humorista, é como se todos esses votos fossem diretamente da urna eletrônica para o lixo. Porque impugna-lo agora e não antes? Assim, muitas pessoas não desperdiçariam o maior símbolo democrático do país.
Quanto a Ficha Limpa, só uma coisa a dizer, para quê deixar candidatos com a “FICHA SUJA” participarem de um processo eleitoral, sendo que poderão ser mais votos jogados no lixo?
Isso é uma grande brincadeira com o povo brasileiro, que vota, mas tem seu voto não sendo considerado no resultado final.
Não importa o que pensaram os votantes desses candidatos, o que importa é que precisamos manter o direito do voto válido.
E por último, essas legendas e o sistema de coeficiente eleitoral deveriam ir à merda!
Isto é Democracia!


Ana Nery Machado
05/10/2010

domingo, 3 de outubro de 2010

Tempo

A gente perde tanto tempo discutindo, esquecendo de dizer Amor, e depois vem o vento e leva tudo embora...

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Peneira da Sociedade

E um dia ele estava cansado. José era assim: trabalhava muito, “virava zero hora no trampo direto”, como ele mesmo dizia. Mas aquele dia estava cansado. Tentou então dar uma cochilada, já que o Mathias fazia isto todo dia e aquele engenheiro novato nunca falava nada. Procurou um esconderijo e foi deitar. Passou-se 30 minutos e voltou a trabalhar.
No dia seguinte, entrou na primeira hora do trabalho, o encarregado mandou chamar. No escritório, o chefe de José explicou que o engenheiro havia contado que ele estava dormindo em horário de trabalho e por isso não poderia continuar na empresa. José ficou arrasado.
Enquanto ele saía com as folhas da rescisão na mão, passou pela área da obra e viu Mathias dormindo, como todos os dias. O engenheiro estava logo ali, mas ele sabia que com o colega de trabalho era diferente. Em relação ao Mathias, ninguém nunca via nada.


Ana Nery Machado
29/09/2010

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Eu sou assim

Procuro viver com sinceridade e lealdade para comigo e para com os outros. Gosto do sofisticado, preservando sempre a simplicidade. Aprendo com a Senhora Sabedoria e com o Senhor Perdão. Amo os sorrisos, as experiências, as viagens, as amizades, os amores perdidos, chegados e infinitos. Estudo história por conta própria, escrevo por amor incondicional as Letras: Meu Amor Maior. Bebo muito leite de soja, prefiro o Outono entre todas as estações e choro muito com filmes de cachorro, novelas ou puramente por Amor. Consigo ser feliz assim, com tão pouco, mas almejando sempre mais, não só pra mim, mas para deitar no conforto as pessoas mais queridas do meu coração, porque elas são minha identidade, minha verdadeira parte, meu verdadeiro Eu, na parte de fora de Mim.

Ana Nery Machado
27/09/2010

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Capital Humano


Odeio o descaso humano que as empresas de RH praticam. Observa-se que uma “Fulana” com voz doce liga pra você marcando uma entrevista. A partir daquele momento sua mente começa a projetar sonhos, pensamentos amortecidos que começam a surgir e acordar depois daquela notícia, daquela grande notícia.

Você aparece no dia da entrevista, na hora marcada ou até com muita antecedência, não se agüenta de esperar, já até decorou uma narrativa na sua cabeça sobre como melhor se expressar.

Avisa a recepcionista que chegou, ela diz muito educada por sinal: “Espere um momento, por favor, pode sentar”. Então você senta e começa a olhar pras paredes, para o material que é feito o balcão, porque já faz mais de 1 hora que está sentada ali, olhando pro mesmo mundo.

Acho que os Recrutadores acham que os candidatos não têm o que fazer: Ora, quem está trabalhando e está procurando algo melhor precisa voltar ao trabalho, e quem não está trabalhando precisa “pegar” uma praia, o candidato tem mais o que fazer do que ficar olhando pra cara das paredes durante horas, pois bem, fechemos os parênteses.

De repente, chega mais uma pessoa e pergunta sobre a mesma “Fulana” que te ligou outro dia, seu mundo começa a cair, pois não é só você, tem mais pessoas ali com o mesmo objetivo. Enquanto você pensa isso, a moça da recepção direciona vocês para uma sala, quando ela abre a porta, você vê mais umas 20 pessoas pelo menos preenchendo fichas e uma psicóloga com cara de que nem saiu ainda da escola fazendo inúmeros testes com todos, sendo que ao final de tudo, ela não deve ficar com mais de 1candidato, já que a vaga é para um só. Seu mundo caiu um pouco mais...

E só pra cair seu mundo de uma vez, você entende que tem pessoas naquela sala que são indicadas, e o detalhe que você não é, você está lá só pra fazer número para dizer que o Recrutador teve trabalho. Caiu tudo de vez... Hora de ir embora.

E aí você compreende que perdeu tempo sonhando, pensando nas palavras a serem ditas, montando uma roupa discreta e coerente, ao invés de estar na praia, com a família ou em outra ocasião procurando talvez um lugar que seja só seu.

Recrutadores, não é preciso tantas dinâmicas inúteis, muita coisa poderia ser resolvida se vocês soubessem ler os currículos com mais atenção, até porque, candidato que não tem currículo bem explicado não deve estar procurando emprego de verdade. Já pensou nisso? O Capital Humano é algo que precisa ser entendido realmente pelos Recursos Humanos, pessoas não são números, curiosamente, são só pessoas.


Ana Nery Machado
Por pessoas que são só pessoas.
23/09/2010

Quero


Um dia, posso parar pra pensar:

“Quero um filho que seja a cópia desses olhos profundos, dessa boca carnuda, dessa pele gostosa, desse rosto sério e cheio de mistérios.”

E então vou dizer:

Casei com você!


Ana Nery Machado
23/09/2010

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Meu Segredo

Não entendo porque saio assim, trancada em mim,
Como se não tivesse palavras para soltar o que a boca ensaia escapar.
Coração apertado: Ruim ser assim, Ruim estar querendo você aqui,
Contar algo que talvez se esqueça, que nem note a presença,
Do que por fim, encontrei em mim.


Ana Nery Machado
Pelas madrugadas da minha vida.
22/09/2010

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Bis

E eu atrevo
O avesso
No começo
Em que quero uma noite feliz...

Contando com a sorte
Que trouxe o corte
Do laço que é forte
Na vida aprendiz!

Ficou por um triz,
Mesmo assim pede Bis!

Ana Nery Machado
16/09/2010

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Evolução

Ontem? Se temos o hoje para lutar e fazer gostar de ter a coragem de querer mais. Saudades dos tempos dos meus pais.... Porém peço mais.... Porque não quero paz. Álias, que pobres somos rapazes, sem histórias pra contar, sem ideais pra lutar, sem motivos pra cantar Elis, pular, queimar sutiãs e pedir bis!
Nem me importa o que se crie ou se tente renovar, quero cara de novo, com tudo de novo, mesmo sabendo que a modernidade pode imitar a antiguidade, não tendo medo do ar moderno, do novo que não é novo, do novo que faz de novo, mas um novo que dessa vez tentou fazer diferente, mesmo sabendo que será impossível assim ser ou não ser!
Somos os mesmos, políticos de plástico num mundo inflamado. Uma grande Evolução que constrói o futuro, Evolução que transforma o futuro em passado, novamente!

Ana Nery Machado
17/09/2010

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Boa Fé

Hoje vivemos um processo de desvalorização do ser humano, de tudo aquilo que para nós deveria ser o correto a se fazer com o outro. Diz um mandamento da lei de Deus: Amarais teu próximo como a ti mesmo. Onde está este sentido humano? Onde se encontra as atitudes necessárias para que se viva nessa fé... Ir a um Templo, ouvir o padre, missionário ou qualquer pessoa que fale da inteligência suprema acima de todas as coisas, ou seja, Deus, é muito bonito, é muito lindo, pros outros verem. Porém, se pratica aquilo que se ouve? Faz-se realmente aquilo que se fala? Porque se torna tão difícil deixar de fazer aquilo que não queremos para nós mesmos? A regra é simples, parece muito fácil, basta ouvir uma vez, o que fazer é justamente não fazer mal ao próximo. Uma vez, ouvi um cara dizer que para você viver bem consigo mesmo e acima de tudo com Deus precisava pensar em 3 coisas primeiro antes de tomar uma atitude: 1- Se o que você vai fazer vai magoar o outro. 2- Se o que você vai fazer vai prejudicar você. e 3- Se você realmente deseja aquilo de todo o seu coração. Achei muito bonito as palavras e o sentido delas, tanto, que as guardei para sempre na minha cabeça, mas me pergunto quantos de nós pensamos nessas 3 coisas antes de tomarmos alguma atitude. Muitas vezes magoamos pessoas de graça, nem queremos tanto alguma coisa assim e acabamos nos prejudicando e o que é pior, levamos mais gente pro buraco conosco. Assim é que se ouve falar em sentimentos ruins, faz-se gente sofrer à toa, por caprichos e ações não pensadas. Vale a pena? Tenho uma teoria: Aquele que engana/prejudica o outro, ao final de tudo, só consegue enganar/prejudicar a si mesmo. Salve as pessoas de Boa Fé!

Ana Nery Machado.
20/08/2010

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Devoção

Já havia um tempo que esperava por ele, o Cícero enrolou até onde pode com aquela edição, toda semana perguntava quando iria chegar os primeiros exemplares... E ele me respondia que a editora tinha enviado uma capa que não gostara e que não iria ser assim: mandou voltar! Tudo bem, eu continuava a esperar...
Até que um dia recebi uma mensagem de texto pelo celular: “Meus meninos chegaram...”, minha mente maluca e dispersa não entendera a metáfora, mas o Cícero acabou com minha duvida e ligou dizendo que eles haviam chegado. Oba! Enfim conseguirei lê-lo. Comprei-o fiado, o pagamento ficou pro dia do lançamento, quando cheguei em casa não agüentei esperar nem para abrir a porta, os olhos brilhavam... na cama, na sala, no banheiro... Em tudo e com tudo os olhos brilhavam com aquelas páginas que eu esperava tanto... Enfim sós por muito e muito tempo...
Chegou o dia do lançamento, lógico que peguei meu exemplar para ser autografado, foi aí que percebi suas orelhas grandes e marcadas, suas páginas manchadas por tinta de cabelo, café e até migalhas de bolacha. “Meu Deus!” pensei. Eu havia acabado com meu exemplar, ele estava surrado, esmagado por gotas de chuva, ruas enlameadas e até pássaros que visitam a janela de casa. “Que vergonha!” pensei again. O Cícero iria achar um desleixo com a obra dele, olha o que eu fiz...
Depois de tanto me martirizar, soquei o livro na bolsa e fui descendo as escadas, inadmissível chegar atrasada!
Do rol já o avistava todo orgulhoso de sua obra, pessoas em volta com seu livro na mão... Livros limpos, folhas brancas, sem as minhas orelhas manchadas ou coisas assim... Eu me aproximei e em nome da amizade fui logo dizendo: “Cícero, eu li tudo, você pode autografar pra mim?” Fui logo tirando o livro da bolsa, fui endireitando com as mãos e até com o corpo pra deixar mais reto, mais apresentável, enquanto isso eu pensava: “Que vergonha!”.
O Cícero pegou o livro nas mãos, olhou... Folheou as páginas com um sorriso sério, eu sabia que havia chegado a hora da sentença. Após este intervalo, ele olhou pra mim fixamente e abriu um largo sorriso sincero, aberto, esquecera o sério: “Você leu página por página, estão todas marcadas, folheadas, um livro como todo leitor de verdade deve ter, ele deve ter passado horas com você...”.
Aliviei minha dor, descobri que o que importa para o escritor é sempre o leitor!


Ana Nery Machado
02/08/2010

“Devoção é algo que quando você tem um desejo, se você não conseguir realizá-lo, você sabe que irá morrer.” (li algo parecido num artigo, guardei pra mim.)

terça-feira, 27 de julho de 2010

É a vida!

Eu não olho pra trás
Talvez seja um grande defeito
Talvez lá tenha esquecido meus óculos
Na escrivaninha da sala de onde venho.

Mas não tenho tempo para esperar
Essa brisa
Essa vista que eu vejo...

Essa história que pra mim
Tanto faz...

É a vida!

Ana Nery Machado
27/07/2010

Porém

“Eu quero dizer o que penso, eu quero dizer o que faço por aí... Porém, logo imagino a cobrança, os comentários, as fofocas exageradas quando as pessoas souberem o que se passa na minha cabeça, o que se passa no que eu faço... Sinto vergonha, avermelho só de imaginar as pessoas de olho em defeitos meus, que também são seus, são deles, são de todos nós... Sim, porque o que eu penso todo mundo pensa, o que eu faço todo mundo faz, a diferença é quase nula entre todos os mortais, porém penso novamente... Se eu disser o que eu penso, o que eu faço e chegar a conclusão do que eu sou, todos vão me condenar, mesmo sabendo que eles fazem ou fizeram igual, às vezes apenas com cenários e pessoas diferentes, mas está ou estava tudo ali: a mesma situação, a mesma hora, o mesmo lugar. Estranho é.... ser julgado por alguém que faz o mesmo e mais bem feito que você. Estranho é... não poder dizer bem alto o que se é, pois será julgado pelo próprio espelho, o reflexo está no próximo, que é você aí!”

Ana Nery Machado.
27/07/2010

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Arte

E a Arte
Que mate
E engate
Na flor
Do encaixe
É o amor?

Que rebate
E fale
E encante
É a parte
A verdade
Por favor!

E é cama
É pele
É sentido
Comprido...

Sufoca a alma
Impregna a pele
Sentido perdido
Meu Amor.


Ana Nery Machado
19/07/2010

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Alguém

Preciso de alguém...
Que me deixe com água na boca,
Que me faça ter parto normal,
Que me prenda nas pernas num laço,
E que ache isso bem natural.

Ana Nery Machado
24/06/2010

domingo, 20 de junho de 2010

Encontro

E eu vou encontrando você
que vai encontrando ele
que acaba encontrando a mim e
que no fim encontra você.

Ana Nery Machado
20/06/2010

sábado, 12 de junho de 2010

Sílaba

Eu amo você na mesma sílaba que você me ama,

no mesmo

vai-e-vem

do

vice-e-versa.

Ana Nery Machado
12/06/2010

Escrever

É engraçado como a felicidade não existe sem você...
É como a necessidade de comer, tomar banho, dormir todo dia...
Meu Deus!
Hoje, estou com fome, suja e sem dormir a dias...
Escrever, eu não vivo sem você!

Ana Nery Machado
12/06/2010

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Um

Uns nasceram
Pra ser muitos,
Pra ser poucos,
Pra ser dois,
Pra ser um e meio (filho),
Pra ser Um!
Nasci NO último caso?
Nasci NO último caso!
Nasci NO último caso.
Um.

Ana Nery Machado
11/06/2010

Eu, você e meu Amor

O que leva alguém a usar,
A testar,
A sonhar com o coração alheio?
A filtrar os meus anseios...
A seguir sua paixão?

No escuro eu aceito,
Me deleito em dor e flor...
No conceito eu me deito,
Eu, você e meu Amor.

Coração apaixonado...
Não esquece o que passou,
Viveu triste e sem um trato,
Por alguém que aqui passou!

História
Amor
E
Fim!
Por que
Precisa
Ser
Sempre
Assim!?

Ana Nery Machado
11/06/2010

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Escolhas

As escolhas mudaram
O dia cinza ensolarado
Tenho fé, fica mais bonito assim
Os amigos são observados
Para serem amados e lembrados.

Aprendi a convivência
A essência de amar
O importante
Eu demorei a ensinar:
Eu sou feliz sozinho!


Quem disse que sorrir quer dizer felicidade?
E o choro é onde a tristeza bate?

Procuro amigos:
Os que pagam bondade com bondade
E o coração é puro e sincero de verdade
Para que eu possa entrar e me sentir a vontade
Como no sofá da sala
Como lá em casa
Onde enfim eu me sinto em paz!

Sou mais assim
E que seja enfim
Eu Amei a mim
É importante aqui...
Dentro do meu coração!


Ana Nery Machado
28/04/2010

sábado, 13 de março de 2010

Carta Cora Coralina

Cubatão, 14 de março de 2010



Caros amigos escritores,


Pensava eu após um pouco de bar, pessoas, cigarros e palavras...
Cora Coralina, íntima de Drummond e Jorge Amado... Que inveja se postou no meu sorriso, ela, amiga dos reis, cartas e mais cartas à mão, sim, escritas a mão, com letras particulares de cada um, conversavam por meio delas... Nem se sonhava nesse método tão rápido e eficaz chamado Internet, eram correios e mais correios até se chegar naquela casa.
Que tédio saber que não nasci na época da máquina de escrever, que tudo não é mais tão caprichoso e demorado assim, ai que invejinha “branca” senti de Coralina, a vida contada com mais glamour, sob uns versos e caneta de palavras tortas sobre o papel listrado, muitas vezes encardido com aquele café que escorregava pela barba afiada de um pensamento.
Então disse a mim mesma: Vou escrever, sim, vou escrever cartas, quem sabe um dia não estarei em uma exposição também, por meio de quadros, cartas de amigos que aprecio em meu coração, quem sabe um dia não estarei atrás de aparelhos envidraçados que contam minha história e de meus queridos escritores que estiveram comigo nesta ligação? Tudo intocável, objetos de valor, papéis de cartas entre amigos que sentem, fazem e amam a Arte como ela é, tal como a vida deve querer. Só que desta vez vou ter que dispensar o papel e a caneta, terei que fazer como nos moldes do “meu” tempo: Internet e E-mail. Jeitos rápidos de saber o que quero dizer. Apenas quero um dia ver esta carta numa moldura envidraçada, onde eu terei a certeza do jeito imortal dela de ser, só que sem borrões, tintas claras ou palavras amassadas. Que pena a minha!
Ai que inveja sua Coralina, mas um dia é você, que sentirá inveja minha.


Ana Nery Machado

sexta-feira, 12 de março de 2010

Paladar

Hummm gostinho de café!
Boca leve...
Hummm eu adocei você!
Sentido breve...
Vi teu cheiro passar por aí... Quero mais do que não tive aqui...
Você chegou... Perdi as xícaras nos copos.
Como Shakespeare... Apaixonado!
Um café adoçado!

Ana Nery Machado
12/03/2010

quinta-feira, 11 de março de 2010

Avatar

Sinto resistência a tudo que já amei
Ao modo, ao cheiro, ao toque...
De vez.
Eu desejei ter um Avatar,
Um mundo onde eu possa fugir talvez,
Um mundo onde alcance o meu próprio eu,
Onde eu seria o herói da história,
Onde tudo conseguisse ser como meus olhos conseguissem ver.
Este lugar seria só meu... Meu, e de mais ninguém! Não confio neste aqui, onde existem pessoas que entrelaça o que o outro fala.
Preciso de um mundo azul não só na cor, mas também no coração.
Desejei ter um Avatar, um só pra mim...
Onde pudesse deixar nesta vida meus medos, meus amores...
Ah, um céu azul... Azul da cor do mar!
Eu me emociono com as coisas fáceis,
Eu colo as coisas frágeis.
Nasci fundo, depressivo e sentimental.
Ah, a esperança, a menina esperança que canta e encanta sem graça no palco.
Um pierrô apaixonado!


Ana Nery Machado
11/03/2010

quarta-feira, 10 de março de 2010

Ego

Meu Ego
Com seu Ego
Desce o Ego
Na medida em que teu Ego
Ama o meu.
Porque é sempre meu Ego
Junto com o seu Ego
Que contam histórias de um Ego
Que não mudam o meu.

E assim,
dentro do Ego não precisa ser mais Eu.


Ana Nery Machado
10/03/2010

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

If I could ...


If I could tell you about the essence of what life is ...
If I could talk to you here just to live, for now, and soon will be starting ...
Stop fighting ...
Stop killing yourself ...
Stop thinking that you are the center of the universe ...
There are others to her and my hand, do not judge a human being more, no, you're just a human being like all of us!
Stop! Stop! Stop!
You're just one of us!

Ana Nery Machado
19/01/2010

Se eu pudesse... (Tradução)

Se eu pudesse avisar a você sobre a essência do que é a vida...
Se eu pudesse falar que estás aqui só pra viver, por enquanto, e logo após estará de partida... Pare de brigar...
Pare de se matar...
Pare de achar que você é o centro do universo...
Há outros ao seu e ao meu lado, não se julgue um ser humano maior, não, você é apenas um ser humano, como todos nós!
Pare!Pare!Pare!
Você é apenas um de nós!

Ana Nery Machado
19/01/2010

sábado, 2 de janeiro de 2010

A aliança

E eu acordei pensando naquela visita... Pensando na vida e em tudo mais. E eu viajava em meus pensamentos com outros assuntos normais, como por exemplo, o amor, aquilo que poucos temem viver, que todos querem ter e que uma vez pelo menos passaremos a sentir com certeza. Caminhava em direção a visita e pensava no que se tornara o amor, hoje em dia, uma coisa banal, uma palavra batida...
E fui andando em direção ao hospital... Sim, ali era a minha visita! Ela estava mal e eu precisava dar meus préstimos ao marido dela que se encontrava na sala de espera da cirurgia. Encontrava-se em coma, os médicos condenaram a situação. Eu precisava fazer alguma coisa. Na recepção disseram “Quinto andar!”. Peguei o elevador com medo do que iria encontrar, as portas abriram e comecei a desenrolar o corredor, ao fundo dele encontrei ele, sentado numa cadeira desconfortável, imóvel, cabeça baixa, olhava para um objeto que ele exprimia entre as mãos trêmulas, este objeto estava ainda envolto pelo plástico que o médico colocou para entregar a ele. Era com certeza o objeto dourado mais valioso no mundo para aquele homem: A Aliança dela.
Eu não consegui falar, apenas chorei quando avistei aquela cena, dei a volta, mal pude conter meus pés naquele lugar, entrei no elevador e fui para o andar que ele (o elevador) me levou, procurava uma cadeira e acabei encontrando o jardim do hospital, sentei ali mesmo, contendo as lágrimas no chão. Fiquei algum tempo ali sentada, não tive forças para voltar a minha visita, fui caminhando para ir embora... Eu havia entendido finalmente... O Amor!

Ana Nery Machado
02/01/2010

E você, o que acha?

Acho que neste momento eu preciso escrever mais e amar menos. Aná Nery Machado 14/06/2020