Uma amiga chama a outra pra
desabafar.
Mariana – Camila, eu estou
depressiva.
Camila – Sei, depressiva.
Mariana – Eu só choro, não sei
mais o que fazer, preciso de ajuda.
Camila – Ah, sim, vou te ajudar.
Mariana – Nada está indo bem,
nada bem. Eu sinto que vou me matar.
Camila – E porque você não faz
isso agora?
Mariana – Hã!?
Camila – É, ué! Você não quer se
matar? Então, isso porque você é a única excluída do universo, é a única que
Deus não olha no mundo, você é aquela que nunca teve chance na vida, não é? A
impressão que eu tenho, é que isso só acontece com você , porque todo mundo é
rico no mundo, tem problema nenhum e ainda quando morrer, vai pro paraíso
direto, sem julgamento, nem nada, olha que beleza. Francamente Mariana, você
tinha que ter esse nome mesmo: “Maria” e “Ana”, só nome de gente sofrida, aff,
só que só tem um detalhe, você não é a mãe de Jesus, não, minha filha. Mariana,
engole o choro, engole Mariana. Ai, como é difícil ajudar uma amiga viu...
Engasgou, pára Mariana de chorar, que foi, entalou agora?
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Camila – Tá bom, o que você prefere? Uma corda pendurada ou
uma coisa mais deslumbrante como você estar distraída no meio da rua e eu
passar por cima com um carro? Que foi? Ai, essas pessoas que não sabem o que
querem da vida. Um tiro na testa? Não? Overdose por remédios? Ó, essa dá
manchete hein... #partiusucesso depois que for pro lado de lá. Drogas, não
hein, isso queima a imagem, não rola...
Ana Nery Machado
24/05/2013