quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Duas Caras: Pedir Amor


Um pede para amar, o outro corresponder não dá.
Um sente o amor, o outro responde..............
Um fala saudades, o outro “eu também”.
O que fazer quando o amor persegue a pessoa errada?

Sem motivo por motivo...
Amando sem ser amado
E quando ama
Só ama...
por amar.

A luz está escura.
Num momento em que tudo acabou em empate,
Perdi o jogo
Sem pontuação.

...mas continuo a te esperar com
Um livro nas mãos e os olhos
No horizonte onde brilha e
Nasce todos os dias
O mais belo dos
Mundos.

A. “... porque quando escrevo, liberto-me dos meus pensamentos, eles ficam trancados numa caixa só de palavras, em um mundo que não vai mais se repetir.”
N. “Para eu escrever, basta um suspiro...”
A. “É como se eu vivesse tudo para ter motivo de escrever”.

Para M.C.E.A.N.
Ana Nery Machado.
07/11/02007

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Pensamentos...

O choro se prende no rosto de mármore luscoso como o transparente das lágrimas que escorre no gelado da pele,
Que não sente dor,
Que não sente amor.
Tudo terminou antes de começar...
Tudo recomeçou com uma vontade de acabar...
Por que a perfeição da estátua só significa para o admirador,
O texto só não tem graça para o escritor.
Alma de poeta?
Eu sei.
Eu nasci.
Só dois caminhos:
Aqueles que vivem
,e,
Aqueles que escrevem sobre aqueles que vivem...
Ser feliz...
Se amor chegar? Não sei.
Se felicidade existe sem amor? Talvez.
Se este vive sem aquele? Pensei. Por que...
Só se vive quando não se pensa naquilo que se pode ter.
Sofrer por amor... para todos!
O amor em si... para poucos!

Quem prometeu esqueceu-se de sonhar, e enganou a si, e enganou a todos...
Por que amor incondicional quer dizer auto-traição, e isto nada supera, nada muda o que um dia foi iludido a perfeição.

E eu sei que você não é
Quem estou esperando na varanda da casa de campo,
Com um livro nas mãos
E os olhos no horizonte onde o sol irradia o mais belo dos mundos...

Por que a metamorfose passa,
O tempo continua,
A vida fica,
Para sempre,
Digo Sim.


Ana Nery Machado.
25/09/2007.
“Quando tudo aquilo que nem começou, terminou!”

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Pra mim...

Quando você me toca,
É que eu noto como minha pele já se acostumou...
Um toque seu amou o meu... e tudo está nu, descoberto pela alma, além do fim.
Eu em você
Você em mim
As mãos cruzadas...
A sua na minha no momento x da questão.
O que fazer se tua hora não é o meu momento?
Um sim então...
Porque tudo o que quero é um amor...
pra mim.

Ana Nery Machado.
Setembro/2007.

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

A dor ensina a crescer


A dor ensina a crescer... Eu sei.
Mas dói, mesmo assim, por quê?
É o livre-arbítrio que toma a grande decisão, Não sei.
Ah... Que vazio, que turva no peito que oscila sem saber o seu lugar.
Vácuo de neve... Eu sei.
A dádiva de recomeçar? Não sei.
Mas além eu vou encontrar
Um caminho
Um lugar
Pra matar a vida de tanto viver.
Pra sentir a dor e não mais ficar, sem fim.
Sorte a minha de poder escolher a estrada...
Sorte a minha da passagem ser dolorida, mas válida...
A pele sentiu e feriu a alma.
Verbos no passado....
Ops! , só Futuro existe agora....
Para sempre.............................................


Em dia de escolhas duras, mas necessárias, eu sei.

Ana Nery Machado.
Julho/2007.

Anjo em forma de Homem



Estranho é...
Que a gente conversa em voz longe e pensamento alto,
Durante todo o tempo,
Contando casos e abraços
Sonhos e laços
E eu deixo escapar besteiras...
Pois segredos meus para você não são mais segredos
Nos meus olhos encontra o que falo sem querer,
O que doe sem sentir,
Aquilo que amo sem precisar saber...
Querer viver o melhor mesmo não fazendo ser feliz...
Comigo, você é o melhor para mim,
Contigo, eu sou o melhor para você.
Tanta coisa em comum que o tempo se arrasta só pra eu ficar do teu lado.
Nessa cena, tudo pode ser o que quiser...
Eu sou teu melhor amigo e
Teu pior “inimigo”.
Você é o anjo que me deixa cair em tentação,
E o homem que me salva da perdição.
E eu perco o sono...
E eu sonho e dou bandeira...
É que tem um último segredo...
É que eu preciso dizer...
E nem sei em que hora dizer...


Para um anjo amigo.

Ana Nery Machado.
08/08/2007

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Certo-Errado

Às vezes...
o certo é certo
o errado é errado
mas
algumas muitas vezes
o certo é errado
o errado é certo.


Ana Nery Machado.
25/07/2007.

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Pus do Mundo


Gente hipócrita, tosca, benevolente. Escárnio da humanidade. O seu egocêntrismo é doentio. A sua vida é uma morte. Para quê viver com tantas fezes, sujeiras e podridões? Sujeito inanimado do ventre de sua mãe, acorda pra vida! Acorda pro mundo! A guerra te espera; te espera em algum lugar, sem motivo, sem causa, só pra você se matar. Incompreensível esta vida que serve pra matar e pra morrer. Essa gente que só nasce pra ter fome e não ter cash. Gente com tanta casa, tanta beleza e tanta raça. Pessoas com muita miséria, muita ponte pra morar e só farinha que pra compartilhar não dá. Acorda! Sai da tua toca, do teu conforto, isso não é a tua vida. Ele também é humano, não é uma lepra ou uma escabiose que profila por toda pele. Você é que é um nada, um ser tão ininteligível que mal consegue distinguir diabo de fênix juntos. Ele precisa do seu ser, nem que seja pra você rir da sua desgraça, da sua fome, da sua vida. Vida que é morte e não é vida. Ele sabe o que você pensa dele: "Talvez fosse melhor não ter nascido", mas o que seria de você se não se achasse mais rico e mais soberano que ele? Você seria a lepra e o leproso, a escabiose e o escabioso, até virar as fezes da doença que te leva para o esgoto do inferno, onde você terá que saber o que é diabo e o que é fênix. Cuidado, Você pode nunca mais renascer das cinzas!
Ana Nery Machado.

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Vida Severina


SEVERINA que tirando IN se torna SEVERA. Vida SEVERA, sofrida como toda a gente que vive ela.
SEVERINA não precisa significar só SEVERA, porque ao olho de quem vê, pode se tornar palavra ambígua. Pois tirando o VE, SEVERINA se torna SERINA, e se trocando o I pelo E , eis que SEVERINA, que se tornou SERINA, forma SERENA. Vida SERENA, feliz como gente que vive ela.
Esta vida só podia ser mesmo SEVERINA, assim ela é SEVERA e SERENA, e esta é a grande paródia da vida nossa, SEVERINA.
Humanidade,
Severidade,
Serenidade.
Vida SEVERA.
Vida SERENA.
Apenas
Vida SEVERINA.

Ana Nery.
2004.

Texto-Base: “É difícil defender Só com palavras a vida(ainda mais quando ela é esta que vê , severina)”. João Cabral de Melo Neto.








quarta-feira, 11 de julho de 2007

João que só ouve não

João, carpinteiro, já de meia idade, marido de Maria, pai de cinco filhos ainda menores, mora no subúrbio da cidade com sua família e, nenhuma novidade, João é um desempregado. O relógio toca, João desperta para mais um dia, ele tem que conquistar um emprego. Às seis da manhã, Maria está de pé fazendo café para o marido tomar, João foi comprar pão com algumas moedas. Às sete ele está pegando um ônibus, são duas horas de viagem até os destinos, ônibus lotado, mais da metade dos passageiros em pé, João chega aos destinos: uma construtora de objetos de madeira, uma padaria, uma loja de materiais para construção ... mas sempre a mesma resposta, um sonoro "não". Já passa do meio-dia, João senta num banco da praça, fecha os olhos e sente os raios do sol no seu corpo encharcado, cansado, com fome, deita-se no banco por uns minutos para depois continuar a sua jornada. Uma pessoa passa e joga uma moeda em direção a ele, João dá um sorriso, sabendo com quem foi confundido. Ele pega a moeda e prossegue o caminho, vai a outros lugares e, esgotado do não, pára um pouco em frente a um rio; junto com o rio se encontra o sol, ele olha aquela imagem e não entende porque tanto "não", com a vida lhe dizendo sim. O espetáculo do sol acaba, e João se lembra de voltar pra casa, ele tem que pegar o metrô e por último o ônibus; afinal, a mulher e os filhos esperam novidades, e como acontece todos os dias, João não sabe como dizer que a notícia é um sonoro "não". Mas nesse dia seria diferente, ele voltaria para casa com uma moeda no bolso.
Ana Nery.
2003


O feto

O começo de tudo.
O tudo desde o começo.
Mas nada pode ser o começo
por que alguém já começou algum dia.
Início, princípio, crepúsculo que não é do pôr- do- sol.
Antes do começo houve um final, e começar é querer
diferenciar, mudar, suplementar, alterar constantemente;
não ter certo ou errado.
O erro nem sempre não é um acerto.
Ter voz própria, como um líder para a multidão; falar sem precisar de gestos, som, voz, boca.
Passar códigos para tanta gente, de forma que não seja entendido como o amor, pois seria uma ofensa ao escritor compreender o que é incompreensível.
Criar.
Escrever.


Ana Nery Machado.2003

Adeus


Adeus



Você me olha como ninguém,
sua boca me chama, em
chamas, a cada instante.
Eu paro na porta,
em frente a você,
e seus olhos
brincam
com a
minha
boca.

Você hesita em tocar-me,
mas sabe que precisa me
sentir, então seus dedos
procuram os meus
cabelos, e ficam a
se encantar com
os cachos meus
...e quando louca,
de olhos
fechados,
imagino a sua entrada em mim,
eis que ouço um adeus
e
você
vai
embora.
..
....
.......
....
..



Ana Nery.
2004.

terça-feira, 10 de julho de 2007

Se ele fosse meu? Não sei. Se não fosse dividido em duas partes, em três até...
A divisão que enlaça os corpos não se tem nas almas.
Tudo não é tão meu quanto pensei, eu sei... Mas nada ainda me foi tirado, escorregando pelas mãos como o sabão úmido e cremoso.
Os olhos me dizem em que eu não quero acreditar, um sentimento a mais, uma vontade de ficar...
O que era uma satisfação apenas, agora é compromisso simples. O corpo virou pele, a boca, emoção; fascinação, a paixão.
Eu, Mônica, ele, Eduardo. Assim como na música, diferentes na vida, iguais nos lençóis. Lá, tudo se torna fluído, unido, sem fim, como se na vida não existisse outra história, como se a vida só fosse assim...
Fazer acontecer? Não precisa, já se faz por si só. O dia, o momento, a noite acontece como se houvesse um compromisso, como se tivesse dito sim em algum tempo, algum lugar... Tudo é aceito, tudo é vontade de estar, sentir, beber do corpo, sede de amar...


Pensando em alguém que está comigo sempre,
Mas nunca está. T.R.E.A.N.


Ana Nery Machado.

01/05/2007

sexta-feira, 6 de julho de 2007

O arpoador

E foi um instante lindo quando se encontraram e o mar casou-se com a areia. É entre o Forte de Copacabana e a Rua Francisco Otaviano com a Av. Vieira Souto. Ali, na pedra que invade o mar separando a praia, tudo aconteceu. As amigas Ipanema, Leblon, Copacabana, testemunhas de uma história carioca por excelência, Jobim deu o Tom e Vinicius a Letra.
Eduardo foi ao seu encontro de todos os dias com o arpoador, mas naquele dia seus olhos acabaram tendo outras atenções... Foi nos cabelos avermelhados que competem com o crepúsculo, foi na boca tão úmida quanto a areia que é molhada pela onda, foi com o azul daqueles olhos que se misturam, se confundem e apenas se igualam com a cor do céu e do mar.
Mônica chorava... Seus olhos pareciam duas marés cheias, profundas, transbordavam e fermentavam a pedra namorada de tantas paisagens, mas suas grandes lágrimas não evitaram que seus olhos mirassem o casamento perfeito de um corpo arenoso, moreno, um conjunto de castanhos que se misturam, se confundem e se igualam ao solo próximo do mar.
Foi instantâneo, frente a frente o encontro, corpo a corpo, nus como a pedra, sedentos como movimentos do mar, pele a pele, assim como sob a areia e o mar, o amor se pegou com os corpos, também sob os corpos a areia e o mar fizeram amor e se tornaram paisagem.
Mônica e Eduardo, corpo em corpo deixam o mar colorido de vergonha, de amor talvez. Uma fotografia, a lua, os corpos, a pedra e a união das águas que se encarregam de contar a história.
Mas o fim aproxima-se, a maré abaixa, o mar começa dar adeus a sua areia, uma lembrança para sentir saudade. A lua se despede, o sol chega com o dia, os corpos se separam, olhos cor de areia olham para o mar, olhos cor do mar olham para a areia, e tudo acaba num repente, mas sem fim, porque o encontro acontecerá outra vez, para sempre, sempre que a paisagem se casar novamente.

Ana Nery Machado.
Santos, 30 de abril de 2007.

E você, o que acha?

Acho que neste momento eu preciso escrever mais e amar menos. Aná Nery Machado 14/06/2020