Pensei
em não escrever, só que isso está na minha cabeça o dia inteiro pedindo para
ser exposto nessas páginas, logo, vamos começar...
Estávamos
esperando um avião-ônibus, não, eu não estou viajando, era uma espécie de avião-ônibus e Didi era o piloto-motorista.
O veículo-voador lotou com uma meia dúzia de pessoas, confesso que aparentava
estar com medo (estava mesmo), logo, não quis sentar no banco do passageiro a
frente com Didi, por isso, logo uma assanhada morena sentou ao lado dele e
ficou observando seus movimentos e habilidades com o veículo-voador. Deu
ciúmes, mas tudo bem. Sentei na fileira de trás e lá fomos nós...
Paramos em frente ao prédio da companhia telefônica
que tem na cidade onde nasci. Didi deu alguns minutos para os passageiros.
Aproveitei e fui correndo na loja de departamentos procurar uma fantasia... foi
quando me lembrei que não sabia porque procurava tal vestimenta, voltei
espavorida, com pressa, naquela avenida esburacada (estava sendo reformada) e
com aquela sandália dos anos 70 que não me ajudava muito. Lembro de me ver com
uma bermuda amarela, uma blusa cavada (bem) colorida e sandálias brancas com
meias de estampa arco-íris. De fato, muito da época.
Assim
que cheguei próximo ao veículo-voador, Didi reclamou que eu havia demorado, mas
não se delongou e seguimos viagem com os passageiros. Quando chegamos ao meio
de um parque, fui transportada do veículo-voador (que estava
no ar) para o chão-terra. Não entendi como meu corpo foi parar ali se eu
estava no avião-ônibus, mas logo veio um astronauta me dizer que eu não poderia
seguir viagem, pois minha irmã (que eu nem sabia que existia) dependia de eu não
viajar, para haver o nascimento da filha dela. Não entendi muito bem este
propósito, nem o que eu tinha a ver com tudo isso, mas comecei a achar normal
eu ser teletransportada de um avião-ônibus, de forma que, (quase) virei
moléculas para pisar no chão daquele parque.
Lembrei de perguntar ao astronauta: Mas, minha história com Didi, continua? O astronauta
respondeu: Sim! Apontou em direção a sua barriga, onde tinha uma luneta do
futuro, abaixei para enxergar... e acordei.
Ana Nery Machado
12-05-2015
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